Wednesday, November 17, 2010

Apanhado na rede...


Não é fácil fazer um filme entusiasmante a partir de uma história que se passa maioritariamente em dormitórios de "marrões" e escritórios de advogados.

A realização do David Fincher, o argumento do Aaron Sorkin e a subliminar, mas decisivamente envolvente, banda sonora do Trent Reznor mitigam as desvantagens inerentes ao projecto.

Quase aceitava a noção simplista de que este negócio multi-bilionário nasceu de uma tampa e de inveja do sucesso social de um amigo...

Depois lembrei-me que também recebo de vez em quando e-mails com powerpoints com animações sonoras a explicar em dez diapositivos como morreram milhões de judeus só porque um sujeito chamado Hitler não entrou numa escola de arte vienense. (outro powerpoint favorito é aquele montado por um evangelista brasileiro que nos lembra, a nós europeus brancos e cristãos, para procriar, porque com estas taxas de natalidade, viveremos numa Europa muçulmana em 2 mil e carqueja...).

Concordo com a Clara Ferreira Alves que um filme muito mais interessante seria o da história do Sean Parker (inventor do Napster) que no meio das drogas, miúdas e paranóias conseguiu 7% do Facebook. Diverte-me a aparente irritação dela ao observar a masculinidade deste mundo de génio. E já agora tentavam dar o papel a um tipo que não fosse o Justin Timberlake, que até canta e dança bem, mas ainda não está (estará) preparado para estas andanças...

Fora o filme, falta-me falar do Facebook em si, que evitei até há um mês e meio. Vou usá-lo como uma simples ferramenta de comunicação, se for pago, deixo de usar, se deixar de ter um propósito, cancelo a conta. Não vou mais filosofar sobre o Facebook. Continuo chateado se alguém (com o meu nº telemóvel) me diz que nunca mais me encontrou, porque não me via no Facebook.

Se serve para libertar impulsos narcisistas não sei, já tenho dois blogues, estou servido nesse aspecto, por mais que diga que mantenho os blogues para mim,

Se aproxima as pessoas: óptimo, tenho-me divertido.

Agora voltando ao início do filme, eu já tive a minha dose de tampas, infelizmente nenhuma gerou em spin-off uma ideia genial...contento-me com efémeros impulsos criativos. Acho que é uma boa razão para continuar a tentar. Eheh...

Pois é, apesar de tudo, até gostei do filme...

1 comment:

  1. heheheh... mais um que caiu nas redes... do "social"... uma maneira "in" de saber das "vidas" das outras pessoas e das outras pessoas mostrarem as suas vidas... são todos uma cambada de "sopeiros"...

    BOY

    ReplyDelete